Novo dono da Itapemirim diz que quer voltar a voar em 8 capitais
O último balanço, divulgado em janeiro deste ano, mostrou que a companhia aérea tem R$ 34 milhões em dívidas.
Negócio de R$ 400 milhões inclui o Ita Bank; segundo o empresário, antigo proprietário não receberá nada pela venda
A Itapemirim Transportes Aéreos, junto com o Ita Bank, agora pertence à Baufaker Consulting, uma fintech do empresário Galeb Baufaker Júnior, que opera com o nome de Bcbank.
Em entrevista ao UOL, publicada na manhã deste domingo (24.abr.2022), Baufaker disse estar concluindo os trâmites do negócio para voltar a operar.
A Ita entrou em operação em junho do ano passado, com voos de São Paulo a Brasília. Rapidamente, expandiu a cobertura para mais 11 destinos no Brasil.
Em 17 de dezembro, porém, anunciou a suspensão imediata de todas as suas operações para uma “reestruturação interna”, deixando milhares de consumidores na mão.
NEGOCIAÇÕES
O novo dono da companhia aérea e do banco disse ter pago R$ 400 milhões pelas duas empresas. R$ 180 milhões são referentes ao pagamento de dívidas da empresa, enquanto os restantes R$ 220 milhões serão destinados a investimentos e capital de giro. Segundo Baufaker, o dinheiro veio de fundos creditórios e investidores.
O empresário disse que Sidnei Piva, o antigo presidente do grupo, não receberá nada pela venda, pois elas estão em recuperação judicial e têm dívidas bilionárias.
RECUPERAÇÃO
Para voltar a operar, de acordo com Baufaker, as empresas serão desmembradas do Grupo Itapemirim e o empresário terá de quitar as dívidas. O último balanço, divulgado em janeiro deste ano, mostrou que a companhia aérea tem R$ 34 milhões em dívidas.
Apesar do problema de imagem causado pelo cancelamento dos voos, o empresário disse que a Itapemirim Transportes Aéreos não mudará de nome. “O legado, se ele é bem construído, não acaba. Todos os problemas podem acontecer, mas é ‘A Itapemirim‘”, justificou.
Baufaker falou que pretende retomar os voos em 8 capitais onde a Itapemirim já operava. Para isso, ele contará com 5 aviões.
Antes, a companhia tem que reativar o COA (Certificado de Operador Aéreo), que foi suspenso pela Anac(Agência Nacional de Aviação Civil) depois que as irregularidades vieram à tona.
Questionado se pretende manter os funcionários da companhia, Baufaker disse que sim. “O que manteve a Itapemirim Transportes Aéreos funcionando até o momento da parada brusca foi a capacitação e qualidade dos seus profissionais”, falou.