Lava Jato pede que Aras prorrogue força-tarefa por mais um ano
A Lava Jato solicitou ao Procurador-Geral da República (PGR), Augusto Aras, que prorrogue por mais um ano a força-tarefa em Curitiba. A informação é da CNN Brasil. O ofício com o pedido foi enviado a Augusto Aras na quarta-feira, 26.
Ele ocorre num momento em que há dúvidas sobre o desejo de Aras de alongar os trabalhos no Paraná. O PGR tem até o dia 10 de setembro para decidir se a força-tarefa seguirá ou não.
No documento obtido pela emissora, Deltan Dallagnol e outros procuradores do Paraná pontuam “a importância da continuidade do apoio institucional”, argumentam que o pedido está em linha com os anteriores e lembram que, pelos bons resultados, a força-tarefa da Lava Jato já foi prorrogada sete vezes.
A Lava Jato foi montada em 2014 por decisão do PGR, Rodrigo Janot, e seu término foi sendo adiado desde então. Raquel Dodge, que antecedeu Aras, também prorrogou o funcionamento da força-tarefa.
Para sustentar o pedido de prorrogação, a força-tarefa no Paraná diz que quatro novas fases da Lava Jato estão sendo preparadas e há ainda cinco “grandes acordos de colaboração e leniência” já assinados ou com negociação em aberto. Desde 2014, houve 72 fases da operação.
O grupo ainda afirmou que, no momento, há cerca de 400 investigações em andamento e há um trabalho extenso ainda de análise da quebra de sigilos bancários e fiscais – já foram mais de 700 pedidos desse tipo.
Em julho, atendendo à solicitação de Aras, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, havia determinado que a Lava Jato franqueasse acesso ao seu banco de dados. Um grupo da PGR chegou a iniciar a cópia do material em Curitiba. A decisão foi revertida, no entanto, pelo ministro Edson Fachin e o compartilhamento foi interrompido.
A Lava Jato vinha pleiteando, na verdade, o aumento do número de servidores na força-tarefa do Paraná, sob o argumento de que, enquanto o time ficou mais enxuto, houve crescimento no volume de trabalho.
“A média mensal de trabalho em 2020 aumentou 35% em relação a 2019, enquanto o número de procuradores se reduziu em 13%. A isso se somou a recente decisão do Exmo. Vice-Procurador-Geral da República de retirar a exclusividade do trabalho de um dos procuradores no caso. Essas mudanças, assim como dificuldades relacionadas à pandemia e ao passivo, impactam trabalhos relevantes em andamento”, diz trecho do documento.
De acordo com o grupo, a Lava Jato no Paraná gerencia mais de 200 colaborações premiadas e o pagamento de R$ 14 bilhões por colaboradores:
“Os 27 bacharéis (entre assessores e procuradores) que atuam nesta força-tarefa fazem frente ao trabalho de mais de 700 advogados dos 532 acusados, que peticionam em ritmo diuturno, em geral com alta qualidade técnica”.