Brasil registra 2.329 focos de incêndio, sendo 60% na Amazônia
Dos seis biomas brasileiros, quatro registraram focos de queimadas. O Cerrado foi o segundo mais afetado, com 844 ocorrências, ou 36,2% do total.
O Brasil registrou 2.329 focos de incêndio na segunda-feira (16.set.2024), segundo dados divulgados nesta terça-feira (17.set) pelo sistema BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A Amazônia concentrou a maior parte dos casos, com 1.378 focos, o que representa 59,2% do total.
O estado do Pará foi o mais afetado, com 1.012 focos em apenas 24 horas, seguido por Mato Grosso (420) e Tocantins (279).
Dos seis biomas brasileiros, quatro registraram focos de queimadas. O Cerrado foi o segundo mais afetado, com 844 ocorrências, ou 36,2% do total.
Em agosto de 2024, o país teve o pior número de queimadas dos últimos 14 anos, com 68.635 focos, o quinto maior índice desde o início da série histórica, em 1998. Esse número representa um aumento de 144% em relação ao mesmo mês de 2023. Apenas em setembro, já foram registrados 59.641 focos, elevando o total do ano para 186.692.
Além do aumento das queimadas, o Brasil enfrenta uma seca histórica, a pior em 44 anos, de acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). A estiagem severa, comum no inverno brasileiro, teve início em junho e se estende até o final de setembro. Contudo, em 2024, a intensidade é atípica, sendo influenciada por dois fatores principais: seis fortes ondas de calor desde o início da temporada e a antecipação da seca em várias regiões. Na Amazônia, a estiagem se intensificou quase um mês antes do previsto, no início de junho.
A situação é ainda mais grave na Amazônia, que enfrenta cerca de um ano de estiagem, a mais longa já registrada. Três fatores contribuem para isso: a intensidade do fenômeno El Niño, que alterou o regime de chuvas, o aquecimento anômalo das águas do Atlântico Tropical Norte, que elevou as temperaturas de 1,2°C a 1,4°C entre 2023 e 2024, e as temperaturas globais recordes, com o mês de julho de 2024 marcando a maior temperatura já registrada na história, criando condições para ondas de calor mais intensas.