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Preços do petróleo disparam após ataques a instalações na Arábia Saudita

 O preço do petróleo disparou nesta segunda-feira (16) em Londres após os ataques do fim semana contra instalações da petroleira Aramco, na Arábia Saudita, que provocaram a redução à metade da produção do maior exportador mundial.

Às 9h30 GMT (6h30 de Brasília), o barril de Brent do Mar do Norte, referência na Europa, para entrega em novembro registrava alta de 9,52% na comparação com sexta-feira, sendo negociado a US$ 65,97 no Intercontinental Exchange (ICE) de Londres. Ao mesmo tempo, o barril de “light sweet crude” (WTI) para o contrato de outubro subia 8,71%, a US$ 59,63, no New York Mercantile Exchange (Nymex)

Na abertura do mercado, a cotação do barril disparou quase 20% em Londres, a maior alta em uma sessão desde a guerra do Golfo em 1991, segundo a agência France Presse.

Os Estados Unidos acusaram o Irã pelo ataque, dizendo que não há evidências de que eles partiram do Iêmen. O Irã rebateu as acusações e acusou os Estados Unidos de buscarem um pretexto para retaliar o país.

Os ataques de drones no sábado provocaram incêndios na unidade saudita de Abqaiq, a maior do mundo dedicada ao processamento de petróleo, e na instalação de Khurais, provocando a redução da produção da petroleira em cerca de 5,7 milhões de barris, o que representa mais de 5 % do suprimento global de petróleo.

“O ataque anulou quase metade da produção saudita, ou seja, 5% da produção mundial, o que evidencia a vulnerabilidade destas infraestruturas aos ataques com drones”, destacou Craig Erlam, da corretora Oanda.

Fumaça é vista após um incêndio nas instalações da Aramco em Abqaiq, na Arábia Saudita, neste sábado (14)  — Foto: Reuters

Fumaça é vista após um incêndio nas instalações da Aramco em Abqaiq, na Arábia Saudita, neste sábado (14) — Foto: Reuters

As autoridades sauditas anunciaram que os ataques não provocaram vítimas, mas ainda não informaram quanto tempo será necessário para restabelecer plenamente a produção nas instalações. Analistas acreditam que seriam necessárias várias semanas ou meses para o país voltar à normalidade.

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Os preços do petróleo estavam relativamente reduzidos nos últimos meses, uma consequência das reservas abundantes e dos temores de desaceleração da economia mundial, fatores que afetavam a demanda. Na sexta-feira, os contratos futuros do petróleo Brent fecharam a US$ 60,22. Já os futuros do petróleo dos EUA fecharam a US$ 54,85.

A Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) chegou a estabelecer limites de produção para tentar manter a faixa de preço.

Mas os ataques demonstram a vulnerabilidade do país com maior capacidade de produção mundial, apontou o analista Amarpreet Singh, do Barclays, e inclui um elemento de risco geopolítico aos preços.

A redução da produção afetar também a confiança dos investidores na Aramco, que prepara sua entrada na bolsa. O governo saudita quer lançar no mercado de ações cerca de 5% de sua petroleira estatal em 2020 ou 2021.

China pede moderação

A China fez um apelo nesta segunda-feira a Irã e Estados Unidos para que demonstrem “moderação” após as acusações de Washington a Teerã pelos ataques contra instalações do grupo estatal saudita Aramco.

Os bombardeios foram reivindicados por rebeldes huthis do Iêmen, que enfrentam há cinco anos uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita e contam com o apoio do Irã.

“Na ausência de uma investigação incontestável que permita tirar conclusões, talvez não seja sensato imaginar quem deve ser responsabilizado por este ataque”, afirmou Hua Chunying, porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China.

“Pedimos às partes envolvidas que se abstenham de adotar medidas que levariam a uma escalada das tensões na região”.

“Esperamos que as duas partes possam demonstrar moderação e, juntas, preservem a paz e a estabilidade no Oriente Médio”, completou Hua, cujo país é membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.

Irã responde as acusações dos EUA sobre ataques com drone na Arábia Saudita

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Tensão entre EUA e Irã

A tensão entre Estados Unidos e Irã aumentou desde que Washington abandonou de maneira unilateral em 2018 o acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano assinado em 2015.

O governo americano restabeleceu sanções econômicas contra Teerã. Trump autorizou o uso das reservas estratégicas americanas de petróleo, se necessário, para compensar a queda de produção na Arábia Saudita.

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, afirmou no sábado que não há provas de que o ataque tenha procedido do Iêmen, apontando diretamente para o Irã, e acrescentou que Washington “trabalhará” com seus parceiros para garantir o abastecimento.

O porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Abbas Mussavi, respondeu no domingo que as acusações são “insensatas” e “incompreensíveis” e que só buscam justificar “futuras ações” contra o Irã.

O príncipe herdeiro saudita, Mohamed bin Salman, cujo país é o grande rival regional do Irã, assegurou que Riad está “disposto e capacitado” responder a esta “agressão terrorista”.

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