PF cumpre mandado em MT por superfaturamento em compras de EPIs para pandemia no RJ
Policiais federais cumpriram mandado de busca e apreensão e conduziram uma pessoa ainda não identificada para prestar depoimento na manhã desta quinta-feira (4) em Cuiabá. A ação faz parte de uma operação com base no Rio de Janeiro (RJ) e que ocorre de forma extremamente sigilosa.
Segundo informações divulgadas no MTTV 1ª Edição (TVCA – afiliada da Rede Globo em Mato Grosso), a operação investiga superfaturamento da venda de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para o novo coronavírus. Este alvo no Estado estaria envolvido no esquema que vem sendo desbaratado no estado fluminense.
Até o momento, a Polícia Federal não se pronunciou de forma oficial sobre a operação. Existe a suspeita que a ação no Estado seja mais uma etapa da Operação Placebo, deflagrada em 26 de maio no Rio de Janeiro.
Na ocasião, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) foi alvo da Polícia Federal, em investigação de esquemas fraudulentos nas ações de combate a pandemia do novo coronavírus. Na ocasião, a PF buscava por provas de fraudes na compra emergencial de mil respiradores para cuidar de pacientes com coronavírus, e também na contratação da organização social Iabas, encarregada de construir e administrar sete hospitais de campanha durante a pandemia.
A operação foi um pedido da Procuradoria-Geral da República e autorizada pelo ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça, porque o governador tem foro privilegiado. Na decisão, o ministro afirma que o Ministério Público Federal aponta indícios de participação ativa do governador do estado no conhecimento e comando das contratações realizadas com as empresas investigadas, mesmo sem ter assinado diretamente os documentos, já que sempre divulgou todas as medidas em sua conta no Twitter.
O ministro Benedito Gonçalves reforça também que as provas coletadas até o momento indicam que, no núcleo do Poder Executivo do estado, foi criada essa estrutura para propiciar as contratações sobre as quais pesam fortes indícios de fraudes.