Estadão chama de caixa-preta o gasto em publicidade do governo
Em editorial, jornal lembrou de medida do TCU para detalhar os gastos de campanhas publicitárias
Em editorial publicado pelo Estadão nesta terça-feira (22), o jornal fala sobre os gastos com publicidade do governo federal e chama a situação de “caixa preta”. No texto, o veículo afirma que o Tribunal de Contas de União (TCU) deu um passo importante para abrir essa caixa ao determinar que a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) apresente detalhes sobre os gastos com essas campanhas.
Segundo o Estadão, a medida atinge campanhas dos governos anteriores de Jair Bolsonaro e Michel Temer. Apesar disso, o jornal explica que as deespesas “atingiram o pico em 2023, primeiro ano do atual mandato de Lula, quando foram destinados quase R$ 380 milhões às ações de marketing do governo”.
– De um lado, há o reconhecido e providencial apetite lulopetista para suprir as deficiências do governo com peças de marketing. Afinal, para Lula e seus exegetas instalados no Palácio, governar é travar o “combate de narrativas”. De outro lado, há a ausência da necessária transparência dos gastos com publicidade, como importantes campanhas de utilidade pública. Mesmo aí, contudo, a falta de controle e de parâmetros claros cria incentivos para gastos desenfreados, com a possibilidade de agências de publicidade aumentarem o preço do serviço para maximizar seus lucros à custa dos cofres da União – aponta o jornal.
No processo, continua o veículo, o TCU constatou que “nenhuma das campanhas analisadas continha documentos com indicadores para mensurar os resultados em todos os canais de veiculação” e explicou que “este é mais um capítulo do enredo questionável protagonizado pela Secom presidencial”, ao lembrar de uma licitação de quase R$ 200 milhões para a comunicação digital do governo Lula que foi revogada após o TCU apontar indícios de irregularidades.