Ingerência de Barroso no Senado gera críticas internas no próprio STF
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), dois deles já aposentados, criticaram em conversas reservadas a reação irritada de Jair Bolsonaro a Luis Roberto Barroso, mas também viram sentido no desabafo do presidente contra o “ativismo político”.
A reação agressiva do presidente, no entanto, deve estimular o corporativismo dos ministros, que se verão na obrigação de defender o colega que mandou o Senado instalar a CPI da Covid.
O ministro disse ter consultado outros ministros e que não vai mudar a atitude de decidir “com seriedade, educação e serenidade”. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
A nota cautelosa do STF, evitando lenha na fogueira, decorre da posição de ministros contrária ao viés intervencionista adotado por Barroso.
Impaciente, Bolsonaro aplicou a “voadora”, em vez de liderar uma reação política, inclusive no STF, contra a liminar intervencionista de Barroso.
O STF virou aliado de opositores, que, sem votos, contam com a Corte para impor decisões ao Executiva e ao Legislativo.
A decisão de Barroso não é inédita, mas é incomum. Aconteceu durante o governo Lula, na criação – forçada pelo STF – da CPI dos Bingos.