Líder do Governo rebate petista e nega orçamento subestimado
Dilmar diz não ter “bola de cristal” para saber se cenário favorável seguirá nos próximos anos
O líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Dilmar Dal’Bosco (DEM), rebateu as acusações feitas pelo colega da oposição, Lúdio Cabral (PT), de que o Governo do Estado tenha enviado para a Casa um projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) subestimado para 2022.
A LOA, que compila as receitas e despesas do Governo, está estimada em R$ 26,5 bilhões. Para Dilmar, o Estado enviou uma peça orçamentária que reflete a realidade atual e que não há nada de errado em superar o valor estimado.
“Desde 2018, estamos aprovando orçamento com déficit. Isso durou até 2020, e agora é um orçamento com superávit, com investimento de 15% para obras estruturantes no Estado. Eu vejo que pela primeira vez o Estado traz um orçamento verdadeiro para a Assembleia”, disse.
“Mas eu espero realmente que Mato Grosso consiga arrecadar mais do que está previsto no Orçamento”, completou.
Lúdio alegou que o Executivo estaria projetando uma arrecadação a menor em aproximadamente R$ 5 bilhões. Ele se baseia no orçamento vigente em 2021, em que o Estado estimava R$ 22 bilhões e chegou a agosto deste ano em R$ 18 bilhões.
Se a escala progressiva se manter, a previsão é de que o Estado feche o ano com um orçamento executado de aproximadamente R$ 27 bilhões.
Para Dilmar, o cenário econômico positivo é reflexo do aumento da arrecadação em razão da inflação e que o Governo não tem “bola de cristal” para saber se não haverá mudanças na economia do país nos próximos anos.
“Ele não mostrou gráfico algum de onde que é. O que aumentou em tudo no Brasil foram os preços, a inflação, e com isso sobe a arrecadação. Mas a gente não sabe se isso vai se permanecer pelos próximos anos. Não temos como prever”, afirmou.
O líder do Governo ainda usou o agronegócio como exemplo.
“Eu não imaginava que uma saca de soja, que chegava ao máximo de R$ 50, chegaria a R$ 170 em Mato Grosso. Ninguém sabe se essa bolha continua para os próximos anos”, afirmou.
“Pode acontecer de a inflação continuar dessa maneira e o setor do agro permanecer elevado. Tudo isso aumenta a arrecadação do Estado. Como que você prevê uma inflação se ela é flexível sobre o aspecto de venda e comercialização?”, completou.