Ernesto Araújo pede demissão do cargo
Na final da manhã desta segunda-feira (29), o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pediu demissão do cargo. Decisão ocorre após pressão de parlamentares e críticas sobre política externa durante a pandemia de Covid-19 e nas negociações para compra de vacinas.
A informação ainda não foi confirmada pelo governo oficialmente. A CNN apurou que Ernesto avisou da decisão de deixar o ministério a seus assessores próximos e apresentou o pedido para o presidente Jair Bolsonaro.
O pedido ocorre após pressão de parlamentares, inclusive dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Na semana passada, as críticas à atuação do chanceler no Itamaraty se intensificaram após senadores, durante audiência pública na última quarta-feira (24), terem solicitado sua saída. O diplomata foi questionado enquanto falava das dificuldades enfrentadas pelo Brasil para a compra de vacinas contra a covid-19.
A pressão continuou no dia seguinte, quando o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), subiu ainda mais o tom, afirmando que a política externa é falha e precisa de mudanças, mas sem citar diretamente Araújo.
O ministro é alvo de críticas pela condução da política externa brasileira, marcada pelo estreitamento nas relações com o EUA durante a presidência de Donald Trump e embates com importantes parceiros comerciais, como a China.
Na tarde deste domingo (28), o Araújo publicou em suas redes sociais insinuação de que o negócio milionário da internet 5G estaria por trás dos ataques que sofreu de senadores na audiência pública de quarta. A atitude foi lida como clássica de um demissionário e irritou ainda mais os parlamentares.