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URGENTE: STF torna réus os acusados de matar Marielle

O representante de Rivaldo Barbosa negou qualquer tentativa do ex-chefe da polícia de interferir nas investigações, e de blindar ou favorecer os irmãos Brazão.

    Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) acatou a denúncia para tornar réus os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa, acusados de mandar assassinar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, em 2018.

A Primeira Turma do STF começou a julgar nesta quinta-feira o recebimento da denúncia. Além de Moraes, também irão se manifestar no julgamento os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Cármen Lúcia. Se a acusação for aceita, os irmãos Brazão, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa, e outros dois se tornarão réus e vão responder a uma ação penal pelos crimes.

A sessão começou por volta das 14h50, com a leitura do relatório do caso pelo relator no STF, ministro Alexandre de Moraes. O documento resume o andamento da investigação. Em seguida, o subprocurador-geral da República, Luiz Augusto Santos Lima, apresentou a denúncia.

Durante sua manifestação, o representante da PGR afirmou que a investigação revelou uma perigosa “relação dinâmica existente entre milícias e candidatos a cargos eletivos no município do Rio de Janeiro”.

“O peculiar modo de atuação das milícias fluminenses, com ocupação territorial permanente, favorece o modelo de negócios imobiliários dos irmãos Brazão […] Nos territórios controlados por milicianos, apenas candidatos apoiados por eles estão autorizados a exercer atos de campanha eleitoral. A contrapartida exigida pelos grupos criminosos é de que, uma vez eleitos, esses aliados defendam seus ilícitos interesses junto às instituições de Estado”, declarou.

Segundo o subprocurador, “com base na denúncia, há prova de existência dos crimes de homicídio pelos laudos periciais, bem como do crime de organização criminosa. Há indícios suficientes de autoria. Nesta etapa processual, é o que basta para reconhecer justa causa à ação penal”.

Os advogados de defesa dos acusados pediram a rejeição da denúncia por falta de indícios e colocaram em dúvida o conteúdo das delações à PF de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz – presos como executores do crime desde 2019.

O representante de Rivaldo Barbosa negou qualquer tentativa do ex-chefe da polícia de interferir nas investigações, e de blindar ou favorecer os irmãos Brazão. “A defesa entende que receber denúncia [contra Barbosa] neste momento significa colocar no banco dos réus a própria Polícia Civil do Rio de Janeiro”, defendeu.

A defesa de Chiquinho Brazão também alegou ter apontado diversas inconsistências na delação de Lessa, e que não havia “animosidade” entre Brazão e Marielle Franco. “Isso é, com todo respeito, uma criação. Não há animosidade alguma. Não é verdade que Marielle tivesse como bandeira política o tema imobiliário”, frisou.

Veja quem são os acusados:

  • Chiquinho Brazão é deputado federal pelo Rio de Janeiro, eleito pelo União Brasil, sendo expulso do partido após ser preso em março, acusado de ser mandante do assassinato. É acusado pela PGR de participação em homicídio qualificado e participação em tentativa de homicídio.
  • Domingos Brazão foi conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro e também foi preso em março. Ele é acusado pela PGR de crime de organização criminosa, participação em homicídio qualificado e participação em tentativa de homicídio.
  • Rivaldo Barbosa, também preso, chefiava a Polícia Civil do Rio à época do início das investigações. O envolvimento dele com o assassinato fez a família de Marielle se sentir traída, porque o delegado prometia aos parentes da vereadora que elucidaria o caso. É acusado de participação em homicídio qualificado e participação em tentativa de homicídio.
  • Ronald Paulo de Alves Paula, major da Polícia Militar, responsável por acompanhar os deslocamentos de Marielle, inclusive identificando que ela participaria de um evento na noite da execução.
  • Robson Calixto Fonseca, conhecido como Peixe, ex-assessor de Domingos Brazão no TCE do Rio. É acusado de ter fornecido a arma usada no assassinato.

O julgamento ocorre no STF porque Chiquinho Brazão é deputado federal. Pela Constituição, deputados têm que ser julgados no Supremo devido ao foro privilegiado. A PF e a PGR apontam que os crimes tiveram relação com o mandato, o que garante o foro no STF.

Os pontos que as defesas vão questionar no STF incluem o passo a passo do julgamento:

  • Começa com a leitura do relatório do caso, apresentado pelo relator, ministro Alexandre de Moraes.
  • Em seguida, a Procuradoria-Geral da República apresenta a denúncia, representada pelo subprocurador-geral da República Luiz Augusto Santos Lima.
  • Depois, falam as defesas dos acusados, com 15 minutos para cada uma.
  • A expectativa é que o julgamento termine nesta terça-feira, com os ministros aceitando a denúncia contra os cinco acusados.
  • Caso a denúncia seja aceita, o processo entrará na fase de instrução, envolvendo a coleta de provas, depoimentos de testemunhas e interrogatórios dos réus.
  • Após estas etapas, as defesas dos acusados e a PGR apresentarão suas alegações finais, preparando o terreno para o julgamento final, onde os acusados poderão ser absolvidos ou condenados, com a definição das penas aplicáveis.
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