Marcelândia: Juíza vê legítima defesa e absolve homem que matou psicólogo com tiro de espingarda

    A juíza Lorena Amaral Machado decidiu absolver sumariamente o principal suspeito de matar Roosevelt Leite Souza, 45 anos (foto), assassinado com um tiro de espingarda, em dezembro de 2019, em um estabelecimento comercial localizado na avenida Domingos Martins, no centro de Marcelândia (215 quilômetros de Sinop).

De acordo com as informações registradas no boletim de ocorrência, que Só Notícias teve acesso na época, a esposa de Roosevelt contou que foi até o comércio para fazer compras. No entanto, o marido dela acabou se desentendendo com o proprietário e o filho dele.

Ela afirmou ainda que o marido teria empurrado o suspeito e dado uma cabeçada nele. Depois disso, entraram em luta corporal, trocaram socos e ameaças. Ela conseguiu levar o marido para casa, mas ele voltou ao local e retomaram a discussão, momento em que o suspeito pegou uma espingarda e atirou no peito dele.

O Ministério Público do Estado (MPE) chegou a denunciar o suspeito por homicídio qualificado. Porém, ao final da ação penal, apontou que ele agiu em legítima defesa e pediu a absolvição, entendimento que também teve a magistrada. Para ela, as provas reunidas no processo demonstraram que Roosevelt, “a todo momento, agia com agressividade, tendo agredido fisicamente o réu, bem como proferido ameaças em seu desfavor”.

A juíza também citou o depoimento de testemunhas, de que o psicólogo teria retornado portando “algo” em mãos, o que teria feito o suspeito acreditar que estaria armado. “O réu, para se defender das injustas agressões do ofendido – agressões estas atuais –, utilizou do meio que estava à sua disposição para repelir a conduta da vítima. Ressalta-se ainda que o acusado utilizou do meio de maneira moderada, visto que foi disparado um único tiro contra o ofendido. Dessa forma, restou devidamente demonstrado todos os requisitos para configurar a legítima defesa”, concluiu a juíza.

Conforme Só Notícias já informou, Roosevelt Leite trabalhava como psicólogo no fórum de Marcelândia. Ele foi velado e sepultado no município.