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Ativista pró-Maduro: Resultado da eleição surpreendeu ditadura

Segundo fontes próximas ao CNE, contagem foi interrompida após caminhar rumo à vitória de González

    Um ativista pró-regime do ditador Nicolás Maduro, atuante na cidade venezuelana de Maracaibo, relatou, em condição de anonimato ao The New York Times, que o resultado das eleições presidenciais surpreenderam o governo chavista. De acordo com a fonte, a ditadura estava confiante e calma no comando eleitoral até os resultados eletrônicos da votação mostrarem que seus apoiadores em bairros pobres e no setor público traíram o chavista e votaram em massa no principal opositor, Edmundo González Urrutia.

– Fomos traídos, porque disseram que iriam votar em Maduro. E o que fizeram? Votaram naquela mulher – declarou o ativista, referindo-se a María Corina Machado, líder da oposição que apoiou González após não conseguir se candidatar.

Segundo duas pessoas próximas ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, diante dos rumos que o pleito estava tomando, o órgão eleitoral decidiu interromper bruscamente a transmissão, permanecendo fora do ar por duas horas.

Conforme especialistas, o objetivo seria aproveitar a suposta intercorrência para criar um plano alternativo.

Após meia-noite, o CNE anunciou a vitória de Maduro sem apresentar as atas eleitorais e explicar como os números foram obtidos. Posteriormente, alegou que a queda na transmissão da contagem havia decorrido de um ataque hacker.

“DESASTRE ELEITORAL”
Até então, a ditadura de Maduro vinha se esforçando para não perder o controle do pleito, ao mesmo tempo em que tentava disfarçar suas características antidemocráticas para se livrar das sanções internacionais.

Assim, o chavista realizou a eleição, mas impediu todos os principais líderes da oposição de concorrer. Permitiu que González, um diplomata aposentado e pouco conhecido, rivalizasse com ele, sem contar que o nome de Corina seria forte o bastante para impulsionar o apoio ao candidato.

Além disso, prendeu funcionários da campanha e obstruiu o acesso da oposição à mídia. Fez o que estava ao seu alcance, mas falhou em uma missão crucial para evitar um “desastre eleitoral”, segundo o ex-apoiador do ditador, Juan Barreto: a de impedir que a oposição conseguisse obter grande parte da contagens de votos.

María Corina se preparou para isso, encarregando dezenas de milhares de apoiadores de obterem as atas nas mais de 30 mil urnas espalhadas pelo país. Assim, muitos ativistas conseguiram escanear os comprovantes de votação e fazer upload deles em um aplicativo criado pela equipe de Corina com esse objetivo.

Por fim, 83% das contagens dos votos online foram obtidas pela oposição e divulgadas no site resultadosconvzla.com, por meio do qual exibem para o mundo a vitória de González.

A sucessão dos acontecimentos fez com que a Venezuela mergulhasse ainda mais profundo na crise política, resultando em manifestações contrárias ao regime, 11 mortes, cerca de mil presos e rompimento diplomático com países que apoiam Urrutia.

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