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Quatro deputados do PDT e três do PSB anunciam desfiliação de seus partidos

 Quatro deputados federais do PDT e três do PSB anunciaram nesta terça-feira (15) que vão pedir a desfiliação de seus respectivos partidos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O grupo está na lista de parlamentares punidos pelas siglas por votar a favor da reforma da Previdência e contrariar a posição de seus partidos.

Anunciaram o desligamento de seus partidos:

  • Tabata Amaral (PDT-SP);
  • Marlon Santos (PDT-RS);
  • Gil Cutrim (PDT-MA);
  • Flávio Nogueira (PDT-PI);
  • Felipe Rigoni (PSB-ES);
  • Rodrigo Coelho (PSB-SC);
  • Jefferson Campos (PSB-SP).

De acordo com o grupo, serão protocolados pedidos individuais, com cada deputado citando seus motivos de desfiliação. Os pedidos devem alegar justa causa, para que não corram o risco de perder o mandato.

Até a última atualização desta reportagem, os pedidos ainda não tinham sido protocolados no tribunal eleitoral. Caberá ao TSE decidir se os parlamentares vão manter o mandato.

Questionados, os parlamentares disseram que só discutirão para qual sigla irão após a desfiliação.

Punições

A votação da reforma da Previdência foi concluída em agosto na Câmara dos Deputados.

No mesmo mês, Diretório Nacional do PSB decidiu expulsar o deputado federal Átila Lira (PI) e punir outros nove. A sigla determinou a suspensão, por 12 meses, de suas prerrogativas parlamentares e partidárias.

Foram punidos:

  1. Emidinho Madeira (MG);
  2. Felipe Carreras (PE);
  3. Felipe Rigoni (ES);
  4. Jefferson Campos (SP);
  5. Liziane Bayer (RS);
  6. Rodrigo Agostinho (SP);
  7. Rodrigo Coelho (SC);
  8. Rosana Valle (SP);
  9. Ted Conti (ES).

O partido decidiu, então, suspender as atividades partidárias dos deputados. Foram punidos:

  1. Alex Santana (BA);
  2. Flávio Nogueira (PI);
  3. Gil Cutrim (MA);
  4. Jesus Sérgio (AC);
  5. Marlon Santos (RS);
  6. Silvia Cristina (RO);
  7. Subtenente Gonzaga (MG);
  8. Tabata Amaral (SP).

O que dizem os punidos

Os sete deputados fizeram uma coletiva de imprensa nesta terça na Câmara dos Deputados para anunciar as desfiliações.

A deputada Tabata Amaral (PDT-SP) criticou o modelo de seu partido. “[O modelo] Não funciona quando a gente quer a boa política”, afirmou. Ela destacou a arbitrariedade do PDT ao fechar questão sobre determinadas pautas sem a devida leitura pelo partido do texto.

“Pune seus deputados sem sequer nos ouvir”, declarou. A deputada afirmou que quer finalizar o processo de desfiliação para poder voltar a trabalhar. Até lá, disse não ter em mente para qual partido vai.

Marlon Santos (PDT-RS) fez críticas semelhantes as de Tabata, e afirma que vivem no PDT uma situação “burra do ponto de vista moderno”. O deputado reforçou que pedirá ao TSE para manter seu mandato.

“Não tem como aceitar ficar em um partido que fecha questão para os deputados votarem a cabresto, como diz no meu estado, sem sequer respeitar a presença dos deputados. Porque, de verdade, fecharam questão contra a reforma da previdência sem sequer conhecer a reforma, sem falar com os deputados, não combinaram com a gente isso. E aí, depois, vieram com punições e encerram a conversa dizendo o seguinte: tem dois pesos, duas medidas, porque se sabe que no Senado, senador do PDT votou a favor da reforma da Previdência e sequer alguém ligou para fazer qualquer tipo de objeção”, disse.

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Felipe Rigoni (PSB-ES) disse que antes de se filiar, era membro do “Movimento Acredito” e firmou uma carta de independência que dizia que ele teria uma independência programática e política de atuação enquanto filiado do PSB.

Rigoni ressaltou ainda que sempre se posicionou a favor da reforma da Previdência com as “ressalvas do PSB”. Segundo ele, após as mudanças feitas pela Câmara no texto inicial enviado pelo governo, Federal realizado na Câmara votou a favor.

“Não era o texto que previamente o PSB tinha fechado questão, mas era um outro texto que atendia, sim, todas as requisições, proposições que a oposição colocava como um todo”, afirmou. O deputado cita que a desfiliação também foi motivada pelo tratamento recebido pelo partido.

“Foi muito diferente o que fizeram com nós [sic] e com as pessoas que votaram [a favor] na reforma trabalhista e específica, o que foi uma afronta muito mais pessoal a mim. O desrespeito que teve ao compromisso político que tivemos antes de me filiar ao PSB, e por isso, eu me demonstrei muito insatisfeito”, disse Rigoni.

O deputado Rodrigo Coelho (PSB-SC) disse nesta terça que, após votar a favor da reforma da Previdência, ficou sem saída.

“Não me restou outra saída, não só pela intervenção no meu Estado, mas em especial pela punição desproporcional após a reforma da previdência. Eu participava de 11 comissões permanentes nessa casa. Fui tirado de todas elas só fiquei na comissão de seguridade da qual eu sou titular, mas por garantia do regimento”, relatou.

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